terça-feira, março 16, 2010

Rico para com Deus


Por Paul Earnhart

E lhes proferiu ainda uma parábola, dizendo:

"O campo de um homem rico produziu com abundância. E arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei, pois não tenho onde recolher os meus frutos?

E disse: Farei isto: destruirei os meus celeiros, reconstruí-los-ei maiores e aí recolherei todo o meu produto e todos os meus bens. Então, direi à minha alma: tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te.

Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus” (Lucas 12:16-21).

Assim falou Jesus à multidão reunida que tinha acabado de ouvi-lo reprovar um homem que não tinha visto nele mais do que um árbitro para uma contenda por dinheiro familiar. “Cuidado com a cobiça,” ele disse; e então contou a parábola acima para explicar o motivo. A Parábola do Rico Tolo é um espelho para a alma.

O agricultor desta parábola não era algum homem pobre que conseguiu riqueza subitamente. Ele já era rico quando uma grande colheita fez os seus já grandes celeiros parecerem pequenos.

Não há indicação de que nenhuma das riquezas do agricultor tivesse sido mal ganha.

Por tudo o que sabemos, ele ganhou cada pedaço dela com trabalho duro e gerenciamento prudente. Esta história não é sobre fraude. É sobre tolice. O agricultor, que tinha sido tão hábil gerindo sua propriedade, tornou-se um simplório ao gerir a vida. Ele cometeu algumas tolices muito óbvias.

Primeiro de tudo, ele cometeu o engano de pensar que era o proprietário de sua riqueza.

“Minhas colheitas”,
“meus bens”,
“meus celeiros”
e até “minha alma”, ele disse.

Que arrogância! Que ingratidão! Como se ele, e somente ele, tivesse conseguido tudo isso. Não há nenhuma palavra pronunciada de agradecimento ao grande Deus que nos dá “do céu chuva e estações frutíferas, enchendo os vossos corações de fartura e de alegria” (Atos 14:17), para não falar de “vida, respiração e tudo o mais” (Atos 17:25).

Em qualquer tempo em que pensarmos que merecemos as coisas que estamos usando, far-nos-ia bem verificar a relação da terra ou da casa em que estamos. Somos todos inquilinos aqui.

A segunda tolice foi pensar consigo mesmo sobre que disposição ele deveria dar a suas bênçãos inesperadas (12:17). Ele deveria ter consultado Deus porque o mundo e toda a sua plenitude são dele (Salmo 50:12).

Mas isso nunca lhe passou pela cabeça. Nem ele pensou nos celeiros vazios das pessoas pobres e lutadoras para quem suas sobras teriam significado livramento. Ele só pensou em si mesmo.

Sua terceira tolice está em supor que o que ele pudesse colocar num celeiro fosse tudo o que ele precisava. Olhando sobre toda sua abundância, ele disse consigo mesmo: “Consegui fazer!” Ele pensava que estas coisas significavam conforto assegurado, felicidade e segurança.

Admiramo-nos sobre em que mundo ele vivia.

Como agricultor, praga, seca, inundação e roubo não lhe eram estranhos. É preciso cegueira incomum para imaginar que haja qualquer segurança em coisas materiais (Mateus 6:19). Mas é preciso estupidez ainda maior para imaginar que espíritos formados à imagem do Eterno possam jamais ficar satisfeitos e realizados com a mera matéria, mesmo que ela fosse eterna (Eclesiastes 5:10-11; 6:7).

Fomos feitos para “o Deus vivo” (Salmo 42:2; Atos 17:26-28) e a vida provém do coração, não do banco (Provérbios 4:23).

Finalmente, nosso agricultor “bem sucedido” esqueceu-se do tempo e da morte.

Ele estava pensando em muitos anos, mas Deus disse que não seria nem mais um dia. Sua riqueza foi para um lado e ele foi para outro. Não há bolso numa mortalha. Salomão fala freqüentemente desta verdade em Eclesiastes.

 “Também aborreci todo o meu trabalho, com que me afadiguei debaixo do sol, visto que o seu ganho eu havia de deixar a quem viesse depois de mim. E quem pode dizer se será sábio ou estúpido?” (Eclesiastes 2:18-19).

Não há tolice imperdoável maior do que planejar a vida sem considerar a morte, e construir a vida sobre coisas que a morte certamente tirará.


A evidência de nossa mortalidade e incerteza da vida não é apenas premente, é irresistível. Nenhuma verdade sobre nós mesmos é tão evidente como o fato de que vamos morrer, e morrer em algum tempo imprevisível. E a única coisa que sobreviverá à morte é uma relação segura com Deus.

Deveremos, portanto, derramar todas as nossas vidas e tesouros para ele, amontoados, comprimidos, transbordando.

Diz-se que Alexandre o Grande pediu para ser enterrado com suas mãos colocadas de tal modo que todos poderiam ver que elas estavam vazias.

É também relatado que, quando a cripta do Imperador Carlos Magno foi aberta, ele foi encontrado sentado em seu trono, uma figura agora só ossos, apontando para um texto em uma Bíblia aberta:

“Que aproveita ao homem, ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?”
(Marcos 8:36).

É uma pergunta muito boa.

segunda-feira, março 08, 2010

Tente Lembrar - Sérgio Lopes

Por A. Mariano


Papel de Presente


Publicado anteriormente na Chamada da Meia Noite dezembro de 2001.

A pequena Maria, com oito anos de idade, esperava com grande expectativa pela chegada do Natal.

Ela tinha pensado muito a respeito de um presente com que poderia proporcionar uma alegria especial para seus pais neste ano. Será que seu pouco dinheiro seria suficiente para comprar alguma coisa bem bonita?

Certo dia ela descobriu um belo e colorido vaso na vitrine de uma loja e comprou-o imediatamente. Chegando em casa, começou a pensar no papel com que iria embrulhar seu presente e na fita para amarrá-lo. Um presente tão especial precisava de uma embalagem apropriada.

Mas, que tristeza! Ela já tinha gasto todo o seu dinheiro! Então ela embrulhou o vaso em folhas de jornal e escreveu um bilhete em letras bem grandes: "Para papai e mamãe. O papel é simples. Mas o presente é bom!" Maria desceu a escada na ponta dos pés e depositou seu humilde presente ao lado dos belos pacotes que já se encontravam na sala...

O maior presente que a humanidade já recebeu, o presente que trouxe alegria perene para tantos, que modificou o destino de milhões de pessoas, foi envolto em fraldas. Os panos grosseiros, de pouco valor, encobriam o maior de todos os Reis, o Filho de Deus, o Salvador do mundo.

Essa humildade presente no nascimento de Jesus caracterizou toda a Sua vida e revelou Seu caráter. Durante anos Jesus viveu longe do público, trabalhando na oficina de seu pai em Nazaré. E então vieram os anos de ministério público, quando Ele falava palavras de sabedoria e minorava os sofrimentos de uma humanidade caída. Ele não tinha lar nem riquezas para usufruir juntamente com Seu pequeno grupo de discípulos. Muitas vezes chegou a ser acusado por se relacionar com os excluídos da sociedade.

Ele vivenciou o clímax de Sua vida no monte do Calvário.

Algumas horas antes de morrer de maneira cruel na cruz, encontrava-se diante de Pilatos com Suas vestes rasgadas e manchadas de sangue. E foi nesse estado que Ele respondeu ao centurião romano dizendo que era rei e que havia nascido para testemunhar da verdade. Nesta terra Ele jamais usou vestes reais, jamais uma coroa brilhou em Sua cabeça.

"Ao invés disso, coroaram-nO com escárnio, simbolizado pela coroa de espinhos. Após Sua morte, o corpo de Jesus foi amorosamente envolvido em lençóis de linho por José de Arimatéia, pois a partir desse momento Ele não usaria mais as vestes deste mundo. "

Ao terceiro dia Jesus ressuscitou com um novo corpo, maravilhoso e triunfante.

Em breve o mundo verá outra vez "este mesmo Jesus". Então Ele não estará envolto em fraldas nem usando as roupas que os pobres costumam usar, nem terá uma coroa de espinhos em Sua cabeça.

Em Sua segunda vinda, Jesus aparecerá em toda a Sua majestade, coroado de glória e honra, como o poderoso Soberano do mundo. Todos os olhos O verão, todos os joelhos se dobrarão diante dEle e todas as línguas confessarão "que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai" (Fp 2.10-11).

Muitos se escandalizaram em virtude de Sua aparência exterior. Seus olhos só conseguiram ver Sua figura humana, Sua humildade. Jamais viram Sua beleza interior, Sua graça, Sua verdade e Sua divindade.

Eles nunca pensaram que Jesus tornou-se pobre por amor a eles mesmos. Mas foi o que aconteceu, "pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos" (2 Co 8.9).

Nesta época de Natal, aceite a Jesus como seu Salvador! Foi para isso que Ele veio: "é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor" (Lc 2.11).


sexta-feira, março 05, 2010

Salmo 1



"Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios,
nem se detém no caminho dos pecadores,
nem se assenta na roda dos escarnecedores.

 Antes tem o seu prazer na lei do SENHOR,
e na sua lei medita de dia e de noite.

Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará.

Não são assim os ímpios; mas são como a moinha que o vento espalha.

Por isso os ímpios não subsistirão no juízo,
nem os pecadores na congregação dos justos.

Porque o SENHOR conhece o caminho dos justos; porém o caminho dos ímpios perecerá".

terça-feira, março 02, 2010

Vós sois o Sal da terra...

Por A. Mariano


"Vós sois o sal da terra; mas se o sal se tornar insípido, com que se há de restaurar-lhe o sabor? para nada mais presta, senão para ser lançado fora, e ser pisado pelos homens"
(Mateus 5:13).

Um jovem advogado, incrédulo, proclamava com alarido que estava rumando para o oeste, a fim de encontrar um lugar onde não houvesse nenhuma igreja, nem escola bíblica, nem Bíblias.

Antes do final do ano, ele escreveu a um advogado amigo, um jovem ministro, implorando que fosse ao seu encontro para começar uma classe de Escola Bíblica e um local de pregação.

Pediu também que não esquecesse de levar muitas Bíblias.

Ao encerrar sua carta, o advogado disse:

"eu estou agora seguro de que um lugar sem cristãos, sem igrejas e escolas bíblicas e sem Bíblias, é como um inferno para qualquer pessoa que ali viva."

Como sal espiritual, a igreja de Cristo preserva a sociedade do avanço da decadência moral. Onde falta este sal, o ambiente social se torna cada vez mais semelhante à população do inferno.

 * Estamos nós conscientes da importância de nossa presença no mundo?

 * Temos compreendido que o nosso testemunho é primordial para o bem-estar de todos que estejam ao nosso redor, sejam religiosos ou não?

* Temos nos preocupado em glorificar o nome santo do Senhor em tudo o que fazemos?

O Senhor nos colocou neste mundo como Seus representantes para que o lugar seja agradável de se viver. Crendo ou não no Senhor Jesus, todos aqueles que conosco convivem gozam do privilégio de ter uma vida muito mais atrativa e abençoada.

E mais do que uma luz para iluminar o dia de todos, devemos nos esforçar para que o nome de nosso Salvador seja exaltado e para que aqueles que andam sem rumo encontrem o verdadeiro Caminho para a vida abundante e eterna.

Temos sido como sal neste mundo?

Ou já perdemos todo o sabor?

segunda-feira, março 01, 2010

Wim Malgo - Armas Espirituais

Por Wim Malgo * Extraído do livro Pérolas Diárias

"...Embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do inimigo. Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus."
(Efésios 6.16-17)

Para Paulo, com certeza, foi a maior alegria escrever aos tessalonicenses: "...a vossa fé cresce sobremaneira."

Como a fé dos tessalonicenses havia crescido dessa maneira?

Por sua contínua proximidade ao Senhor! Quanto mais nos aproximamos dEle interiormente, tanto mais cresce nossa fé.

Naturalmente a subida é íngreme e as dificuldades aumentam, mas ao perder toda a firmeza e a segurança com que estávamos acostumados, encontramos nossa segurança nEle.

Abraão se fortaleceu na fé e deu a honra a Deus. Ele tinha plena certeza de que Deus cumpriria tudo o que prometera.

Ou pensemos em Davi, que experimentou terríveis desilusões e perseguições, mas justamente por causa disso tinha condições de dizer:

"Eu te amo, ó Senhor, força minha.
O Senhor é a minha rocha...
o meu rochedo em que me refugio."

Ou de onde Elias obtinha o seu poder?

Única e exclusivamente da sua posição em relação ao Senhor, pois ele testificava: "Só eu fiquei dos profetas do Senhor."

Ele havia perdido toda a ajuda que poderia ter dos homens e justamente por isso era arraigado no Senhor de um modo muito mais profundo!